quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ano Novo

Sempre ao aproximar-se um novo ano, as pessoas desejam umas as outras as mesmas coisas:
Paz, saúde e prosperidade...
Porém, como se chega a essas coisas? Quais são os meios necessários? Quais são os custos? Quais as conseqüências do meu benefício?
Paz para quem? O prêmio Nobel da Paz mantém seus exércitos no Afeganistão, no Iraque e apóia ofensivas israelenses contra palestinos.
Saúde de quem? A política atual favorece os empresários da “saúde” enquanto a grande maioria espera em filas um tratamento, que nem sempre é eficaz e as vezes nem chega.
Prosperidade? Como falar em prosperidade num mundo onde mais de 80% da população vive na miséria e sustentam uma rica burguesia que usufrui a enorme mais-valia que é extraída da massa de proletários.
Então, o que desejar para o próximo ano:
Desejo um ano de lutas incansáveis;
De força, de organização e vitórias do proletariado;
De acaloradas discussões;
De greves, passeatas e mobilização;
De união dos trabalhadores;
Que estas lutas possam trazer a paz da sociedade sem classes, e conseqüentemente o bem-estar de toda a humanidade...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Raul Seixas e Eu

Acabei de assistir o "Por toda a minha vida, Raul Seixas"...
Como fã de Raul, não poderia deixar de ficar emocionado.
Virei fã de Raul pouquíssimo tempo antes de sua morte em 1989. Eu tinha 10 anos.
Eu nasci a 10 mil anos atrás 10 (10.000 = 10X1000) minha idade vezes mil, muito místico não, rssrs.
Nesta época, gostei do som maneiro, já havia gostado de Carimbador maluco, aí na casa dos meus primos, escuto uma fita cassete,com sucessos do Raulzito.
Nossa! eu conhecia vários, mas não ligava ao mesmo cantor.
Vou confessar um crime (pois já caducou, foi a vinte anos atrás), roubei aquela fita - meus primos viraram funkeiros (meu irmão também)- e eu, um raulseixista roqueiro.
Raul me influenciou durante todos estes anos - inclusive nos meus defeito - sou teimoso, determinado, sonhador, amoroso, com tendências egoísticas reprimidas (as vezes,rsrs), e medroso (já fui até paranóico na adolescência, rssrss.
Como Raul, também tive meu lado místico (Que no especial da Globo nem se falou). Este lado é ligado a todos os sentimentos reprimidos, que nos fazem acreditar no inacreditável: Deuses, milagres, discos voadores, vida após a morte, espíritos, super-heróis e até em nós mesmos.
Ao mesmo tempo em que eu me entrosava com a música do Raul, eu me tornava religioso - na época católico, com convicção (nesta época fiz primeira comunhão, crisma, participei de grupo jovem, entre no PT, rsrs). E eu era tímido, reprimido, fazia me de bobo, apesar de não o ser.
Ainda seguindo o mesmo Raul, me tornava um adolescente revoltado, a vida de garoto tímido, bonzinho e trabalhador não iria dar em bons frutos... Comecei a beber encher a cara, sem medo da tal da pancreatite aguda que levou meu ídolo - seis meses depois me trancafiei em casa com medo de virar alcoolatra, mas depois de mais seis meses voltei a beber (só cerveja Brahma, ser seletivo pra presenvar meu pâncreas, meu fígado e meu cérebro).
Saí da Igreja quando minha vó Amélia morreu. Até agora eu mentia sobre isso, dizia que havia surgido do nada em mim uma consciência Anarquista que me arrebatou ao mundo dos ateus ou a principal mentira a que eu fui expulso da Igreja por defender a Teologia da libertação (Sou o Leonardo, não o Boff).
É certo que eu já simpatizava com uma Igreja voltada para o povo, mas eu era coroinha e não líder de CEB. Só me tornei comunista convicto depois que li os três volumes de obras ecolhidas de MARX E ENGELS, no intervado do primeiro para o segundo período da faculdade (com 18 anos).
A sociedade Alternativa estava longe da Igreja, isso eu sabia...
Na escola, noturna com 14 anos - não me adaptei ao ensino diurno (além de levar porrada dos alunos mais velhos, não conseguia nada com as meninas - por ser magricela, feio e pobre, e CDF, rsrs).
Me juntei com gente maneira, fiz amigos, estudei teatro.
Neste momento conheci meus amigos que levo até hoje, que são rauseixistas também é claro, e brahmeiros e flamenguitas, rsrs.
Com 17 passei no vestibular para História na UFF - não era meu sonho de infância - eu queria viver da música, mas até agora só sei tocar umas três músicas do Raul no Violão, rsrs (a segunda opção era ser cientista maluco (como o professor pardal - que era meu ídolo antes de eu conhecer o Raul Seixas).
As músicas do Raul marcaram toda a minha trajetória até a vida adulta...
Minha filha desde a barriga ouve Raul, e foi ninada ao som de suas músicas.
Cada fase de minha vida é marcada por uma canção do maluco beleza, a ponto de as vezes eu me confundir e achar que a letra é minha... rsrs...
Meditações sobre mim, mas com um fundo de RAUL....

Consciência Negra

Nas comemorações do dia da consciência negra em uma das escolas que trabalho, pude observar bem como a força do pensamento religioso na criação dos preconceitos.
Quando os alunos observavam um vídeo sobre cultura afro-brasileira, muitos esconjuravam, murmuravam, gritavam até, contra aquilo que eles consideravam demoníaco: a religião afro-brasileira.
Muitos professores temem apresentar estes temas, pois não sabem como lidar com o preconceito, ou melhor, com a aculturação agressiva dos brasileiros.
Os preconceitos cristãos (ou pseudo-cristão).
Os olhares eram terríveis, inquisidores. Sem falar de um ódio declarado aos crentes de outros credos... desrespeito enorme aos seguidores de outras religiões.
A fé, neste caso, é a mesma dos europeus que devastaram a África em nome da civilização cristã. É a mesma dos nazista na superioridade da suposta e fictícia raça ariana...
A razão.... Só fora destes pensamentos pequenos.